Enquanto muitos estúdios tropeçam no básico, Atomfall prova que ainda é possível surpreender. Ele não reinventa a roda, mas executa sua proposta com maestria, recompensando jogadores curiosos e trazendo um mundo deslumbrante no processo.

Por que Atomfall Me Chamou Atenção?
Como um jogador assíduo de jogos de sobrevivência e RPGs, sempre estou em busca de experiências que realmente me imergem no mundo e me fazem sentir parte dele. Foi assim que Atomfall entrou no meu radar. Desde o primeiro trailer, chamou minha atenção a forma como o jogo não tem medo de trazer cores vivas a um cenário pós-apocalíptico, fugindo do clichê cinza e sem vida que tantos outros jogos do gênero insistem em usar.
Além disso, sua ambientação ampla e intrigante faz com que, a qualquer momento, seja possível olhar para o horizonte e encontrar algo que desperta curiosidade. E o mais importante: o jogo recompensa essa curiosidade. Se você, assim como eu, gosta de explorar cada canto do mapa, descobrir pequenas histórias e conectar os pontos da narrativa por conta própria, então Atomfall pode ser exatamente o que você está procurando.
Uma Inglaterra Pós-Apocalíptica Nunca Foi Tão Viva
A premissa de Atomfall nos leva a uma versão alternativa da Inglaterra dos anos 1960, cinco anos após um desastre nuclear inspirado no incidente real de Windscale, em 1957. Despertamos em um bunker dentro da zona de quarentena e logo percebemos que sobreviver aqui será muito mais do que apenas encontrar comida e abrigo — há algo profundamente errado com esse mundo.

O jogo não entrega sua narrativa de bandeja. Em vez disso, faz algo que sempre me cativa em jogos: deixa que o jogador monte o quebra-cabeça. Seja através de bilhetes esquecidos, ruínas misteriosas ou encontros inesperados, cada canto do mapa parece ter algo a contar.
Gameplay — Um Toque de Elden Ring na Sobrevivência?
Se há algo que Atomfall faz muito bem, é entender que um mundo aberto só é interessante se ele realmente incentivar a exploração. Aqui, tudo é uma escolha. Você pode seguir diretamente para os objetivos principais ou se perder nos detalhes, investigando cada canto, cada pista, cada possível atalho. E a melhor parte? O jogo te recompensa por isso, o que lembra bastante a sensação de jogar Elden Ring, onde a curiosidade é sempre paga com algo significativo.

Mas não se engane: Atomfall não é um RPG de ação frenético. O combate existe, mas é tenso e metódico, com munição escassa e encontros que te fazem pensar se vale a pena lutar ou apenas seguir adiante. Além disso, o jogo adiciona mecânicas interessantes, como o gerenciamento da frequência cardíaca do personagem, que influencia a precisão e percepção em momentos de tensão.
Gráficos, Arte e Som
A direção de arte de Atomfall captura a essência da Inglaterra rural dos anos 1960, contrastando paisagens pitorescas com a desolação pós-apocalíptica. A trilha sonora, composta por músicas folk originais, complementa a atmosfera, imergindo o jogador em um mundo que equilibra beleza e tensão.

Vale o Investimento?
Uma preocupação constante para quem acompanha lançamentos de jogos é a questão dos requisitos mínimos e recomendados. Atomfall não foge dessa tendência e exige um hardware relativamente robusto para rodar bem. Seu requisito mínimo já pede um Intel Core i5-9400F, 16GB de RAM e uma Nvidia RTX 2060, o que pode assustar jogadores com máquinas mais modestas. No entanto, o jogo realmente traduz essas exigências em uma experiência visual impressionante e uma gameplay fluida.
Nos últimos anos, temos visto cada vez mais jogos adotarem essa faixa de requisitos como um padrão, e Atomfall parece apenas seguir essa evolução do mercado. No fim das contas, os gráficos exuberantes e o nível de detalhes justificam esse “custo” em hardware, garantindo que o mundo seja rico e imersivo do início ao fim.
Falando em custo, o jogo chega ao mercado custando R$ 134,99 na edição básica e R$ 188,99 na edição deluxe na Steam. Comparado a outros lançamentos do mesmo gênero, o preço é acessível, especialmente considerando a média de 25 horas de campanha principal, segundo Ryan Greene, diretor de arte da Rebellion. E isso sem contar o tempo extra investido em exploração, atividades paralelas e as diversas possibilidades para finalizar a história.
Se você é o tipo de jogador que gosta de explorar cada canto e mergulhar em um mundo repleto de mistérios, Atomfall entrega um ótimo custo-benefício.
Uma Identidade Própria em um Gênero Concorrido
É inevitável que Atomfall seja comparado a títulos como Fallout, devido à sua temática pós-apocalíptica e ambientação. Os próprios desenvolvedores estavam cientes disso desde o início. Ryan Greene comentou sobre essas comparações, reconhecendo que, embora esperadas, elas podem ser “enganosas”. Ele destaca que, ao jogar Atomfall, fica claro que o jogo tem sua própria identidade e não busca ser um Fallout britânico.
Para mim, que acompanho Atomfall desde o ano passado, quando o coloquei na minha lista de desejos na Steam, cada nova revelação só reforça a sensação de que este pode ser um jogo especial. Agora, só resta uma pergunta: você está pronto para explorar?
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